Tuk-Tuk versus táxis, uma guerra sem fim à vista
Com o incremento do turismo em Portugal, especialmente nos grandes centros urbanos, os tuk-tuk passaram a fazer cada vez mais parte da paisagem turística lisboeta. Numerosos, ruidosos e poluentes os tuk-tuk são menos bem vistos pelos moradores das zonas históricas da capital.
O Licenciamento, a coberto de uma natureza turística, dos tuk-tuk fez com que o negócio dos táxis, cada vez mais difícil nos tempos que correm, fosse confrontado com mais este novo desafio. A própria câmara parece não ter conhecimento do número exato de veículos em circulação, até porque as licenças são concedidas pelo Turismo de Portugal.
Pior ainda, o Turismo de Portugal nem sequer sabe quantas são as empresas que se dedicam ao transporte de passageiros nestes triciclos motorizados.
Em esclarecimentos prestados através de uma agência de comunicação, esta entidade acrescenta que “a tutela do turismo tem repetidamente informado ser contra a introdução de quotas nas atividades económicas do sector”. Refere ainda que os tuk-tuk “poderão circular, tal como qualquer outro veículo homologado pelas entidades competentes, nas vias públicas disponíveis” e que “as empresas de animação turística, tal como quaisquer outras empresas, são livres para estabelecer e/ou definir os preços a praticar”.
Os taxistas falam em “concorrência desleal”. Inversamente às muitas regras e exigências inerentes à atividade dos táxis ( as viaturas têm de ser inspecionados a cada 6 meses, os motoristas têm de possuir um “cap”, que custa umas centenas de euros, etc., etc.) os tuk-tuk parecem operar de forma desregulada. Apanham e deixam passageiros em qualquer sítio da cidade e ainda praticam os preços que bem entendem - acusam as principais associações de taxistas.
Parece que estamos perante mais uma daquelas situações em que temos dois pesos e duas medidas …
A Câmara Municipal de Lisboa está, no entanto, a analisar a situação e promete uma proposta de regulamento suscetível de definir entre outros, o número de veículos, circuitos e locais de paragem.
Em matéria de custos o “ar económico” dos tuk-tuk pode ser enganador. Efetivamente andar de tuk-tuk pode ficar mais dispendiosos do que passear de táxi pela capital. “Quatro horas num táxi em Lisboa não custam mais do que 80 euros”, defende o presidente da Antral. Ora um circuito de uma a três horas de tuk-tuk pelos monumentos e miradouros de Lisboa pode ficar entre 45 e 100 euros.
A Taxigal vai continuar a acompanhar a questão já que a polémica soma e segue.