A notícia é simples: os táxis vão regressar "em breve" à plataforma de mobilidade Bolt. Para alguns, isto pode soar como uma surpresa, talvez o fim de uma longa "guerra". Na verdade, é o movimento mais pragmático e inteligente que o setor podia fazer.  

O setor percebeu que a verdadeira batalha já não se trava contra as apps, mas dentro delas. A luta agora é pelo clique do cliente que quer conveniência. Ao entrar na plataforma, o táxi não se torna apenas mais uma opção; torna-se uma categoria de serviço com vantagens únicas.

Pensemos no dia a dia de quem vive em Algueirão, Massamá ou Mem Martins. O que define grande parte da nossa mobilidade? O trânsito. O IC19. O para arranca diário. É aqui que a mudança se torna realmente interessante para o passageiro.

Quando chama um carro pela aplicação, se for um TVDE, ele fica preso na mesma fila que todos os outros. Mas o táxi, que o cliente pode agora chamar na mesma app Bolt, tem um "superpoder" legal: o acesso aos corredores BUS. Em hora de ponta, isto não é uma pequena diferença. É, muitas vezes, a diferença entre chegar a horas ou não.

E há outra vantagem, especialmente relevante na nossa linha de Sintra. Onde é que os táxis podem estar e os outros não? Nas praças dedicadas, mesmo à porta das estações da CP, seja em Rio-de-Mouro, Queluz, Algueirão ou na Portela.

Para o cliente, esta integração significa o melhor de dois mundos. Tem a conveniência da app (saber o preço, o tempo de espera, pagar sem mexer na carteira) e, ao mesmo tempo, ganha o acesso aos privilégios legais do táxi. A "guerra" pode ter arrefecido, e quem ganha é o passageiro.